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Néa Ekkínesi
01:24
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O Pleroma
14:33
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Yaldabaoth - O Pleroma
Não existia nem o tempo, nem o espaço,
tampouco mundo, matéria ou terra.
O caos não havia se formado,
as águas geladas ainda não tinham jorrado
para fora do abismo.
Fluíam no vazio, por toda a eternidade,
os sete perpétuos, os sete seres celestes,
os sete primeiros Aeons.
O Primeiro era Monade, o Uno,
Bythus, o profundo, o pai severo e inefável,
Aiōn Teleos, o absoluto e perfeito,
Proarchē, surgido antes do princípio,
Hē Archē, o ponto inicial de tudo o que existe.
Em silêncio, contemplou Ennoia, a Idéia,
o reflexo feminino de si mesmo, por eras sem fim,
e viu que a dualidade era boa
Dele emanou o segundo Aeon,
Duad, Irmão e Irmã, nasceram juntos.
Nous, a mente, e sua Sizígia Alethea, a Verdade.
O primeiro par, a primeira polaridade.
Formavam com Bythus o triângulo que tudo vê,
a potencialidade do espírito.
A Duad emanou o terceiro aeon,
Tetraktys, Quaternária, dois pares.
O Logos e Antrôpos,
a palavra e o Homem, machos eram,
Zoe e Ekklesia, a vida e a assembleia,
suas sizígias os completam.
Ligados, o quadrado sólido,
formavam a potencialidade da matéria.
Os sete perpétuos, os sete primeiros Aeons.
Entidades poderosas eram,
controlavam o plano ideal do espírito
e muitas criações engendraram.
Cada filho, cada emanação,
porém, decaiam em sua divindade,
mais materiais e mais imperfeitos se tornavam.
A Tetraktys lançou mais dois Aeons,
dez perpétuos menores surgiram de Logos e Zoe:
Bythios, Ageratos, Autophuês,
Akinêtos e Monogênes eram machos
e as sizígias Mixis, Henosis,
Hêdonê, Synkrasis e Makária.
Formavam os dois grandes pentagramas,
apontando para cima e para baixo,
o Decágono estrelado, sagrado e profano.
Outros doze emanaram de Antrôpos e Ekklesia:
Parakletos, Patrikos, Mêtrikos,
Ainos, Ekklêsiastikos e Thelêtos
e as sizígias Pistis, Elpis, Agapê,
Synesis, Makariotes e Sophia.
Formavam dois hexagramas,
o Dodecágono total,
compondo a mais baixa ordem espiritual,
os mais distantes do ser primeiro.
Todos juntos formavam o todo, a plenitude,
O Ser supremo, autogerado,
mãe e pai de si próprio,
o Criador dos Deuses e Tronos,
Anjos e Arcanjos, Querubins e Serafins,
Potestades e Demônios,
Duques e Marqueses,
Mensageiros e Espíritos,
Homens e Mulheres.
Geometria perfeita, abstração pura,
luz que queima e consome,
cujas centelhas deram início
a todo o movimento da criação.
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3. |
I Apokálypsi Barbelo
11:08
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Yaldabaoth - I Apokálypsi Barbelo (A Revelação de Barbelo)
Após ter-se completado a natureza dos imortais,
a partir da natureza do infinito, seu conjunto,
o Pleroma, geometria perfeita e ideal
iniciou seu movimento fatal.
Na mente do primeiro Aeon, Monade,
o ponto inicial e profundo,
Ennoia se impunha,
queria separar-se, dividir a unidade.
E, esquizofrênico, o ProArche tornou.
Uma visão dividida e contraditória,
mas estranhamente complementar.
Ennoia desejava ser a contraparte real,
Senhora de seu próprio domínio.
Não ideal, mas decaído e material,
a Mãe suprema de suas criações,
tal qual Monade foi pai dos sete Aeons,
apenas por ela inspirado.
Para tal intento, uma forma física necessitava,
completando assim o desejo secreto de Monade,
não apenas o de ter uma sizígia, uma consorte,
mas fazer a sua própria unidade uma pluralidade.
Em seu plano diabólico, Ennoia, a Sophia seduziu,
o menor e mais material de todos os Aeons,
a aresta mais baixa do dodecágono final,
a última criada, a mais distante de Monade.
Sabedoria, porém, era seu nome secreto,
nela ocultava-se o conhecimento certo...
...Para a criação da matéria,
da luz e da sombra,
a chave para a criação do mundo real,
do universo, do tempo e do espaço.
Ennoia em Sophia infundiu
o desejo de recriar, próxima de si,
o primeiro ser Monade, o pai inefável,
para ela tão distante,
pois a vontade de Sophia era ascender
novamente à unidade original.
A saudade da energia primordial
fez que Sophia criasse diante de si
uma magnífica imagem celestial
de incompreensível grandeza.
Para imagem final, não havia referencial
para o novo pai artificial,
que sua própria semelhança.
A forma foi criada fêmea,
e logo possuída por Ennoia,
que se transmigrou de Monade
instalando uma grande convulsão.
A luz surgiu em magnifica profusão
em toda a extensão do novo Aeon,
localizado em lugar intermediário,
entre o plano celeste imortal do Pleroma
e o vazio onde cresceriam as criações
da nova mãe cósmica Barbelo.
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4. |
Antanáklasi Kosmikó
03:07
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5. |
O Abismo
09:09
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Yaldabaoth - O Abismo
Assim brilhou a primeira luz no espaço vazio
diante do pleroma indiferente,
em seu etéreo desprezo por toda a contradição.
Menos Sophia, que olhava alarmada a chama que criou.
Não pela beleza daquela que chamava a si própria de Barbelo,
mas pela crescente sombra que inundava todas as direções.
Projetada pela luz intermitente e lentamente a abraçando
com um denso véu de escuridão.
Como uma pedra arremessada no lago calmo,
a luz fazia o vazio se sacudir em ondas de trevas.
Nos recantos do espaço profundo, uma tempestade rugia,
o Caos conflituoso e violento emergia.
Sophia virou as costas para sua filha-mãe Barbelo,
atraída pelo abismo que se abria,
também por ela criado, parte da mesma obra.
Medo e vergonha tomaram Sophia,
não era possível que tivesse criado tal abominação.
Barbelo decidiu lhe falar pela primeira e última vez:
“O Segredo de Monade está no fundo da escuridão.
Não tenha receio, minha mãe-filha”.
Sophia sorriu para si mesma, tomou coragem,
saiu de perto de Barbelo e se jogou no Abismo,
mergulhando nas águas geladas do Caos.
No escuro completo, sentiu sua presença se apagando,
sua consciência se diluindo, seu ser se extinguindo,
seu corpo se dissolvendo, sua vontade se quebrando.
Medo, lágrimas e ranger de dentes, o gosto da morte na boca.
Com a ira de ser traída e sacrificada pelo Pleroma,
Sophia gritou, com ódio e vontade de a tudo dominar:
"YALDABAOTH!!!"
...E a tempestade cessou.
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Yaldabaoth Assis, Brazil
XXIII.IV.IV - Lyrics and philosophy.
XII.XIX.XII - All instruments and vocals.
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