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O Mito das Duas Árvores

by Yaldabaoth

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1.
O Coração das Trevas As águas acalmaram, a tempestade cessou, a escuridão é absoluta, mas algo se move abaixo de si. Sophia criou a luz, e no fundo do poço, também deu à luz. Ela está maravilhada, o medo acabou, a determinação aumentou. Na queda, ela emanou sem sizígia, sem par, sem macho. Ela criou do nada, tal qual Monade, e a ele se tornou igual. "EU SOU A PRIMEIRA E A ÚLTIMA!" Ela sabe, tornou-se deus, o absoluto nesse novo lugar. Um novo barulho nas águas, alguém se move abaixo de si. Ela chama: “passe perto de mim rapaz”. Espirais formam-se nas trevosas águas do caos. O ar é úmido, o clima é quente, o som do movimento cresce. É seu filho, sem marido, sem consorte, somente dela. "NÃO ESTOU SÓ!" E a criatura se eleva diante de Sophia, sua máxima realização. Barbelo ficou para trás, este será mais importante. A luz não é nada comparada à escuridão que a envolve. Dele, seu filho, um regente ela fará, o novo Pleroma que ela criará, um novo reino surgirá no coração das trevas. "VENHA YALDABAOTH!" Cabeça de leão, corpo de serpente, escamas e juba, coroa e realeza. Resplandecente como a primeira aurora, Yaldabaoth saiu das águas do caos diante de sua mãe, mas, aos abrir os olhos, ninguém viu, ouviu ou sentiu. "Eu sou, mas estou só", disse triste e com medo NO CORAÇÃO DAS TREVAS.
2.
Gematria I 10:27
GEMATRIA I Sophia olhou uma última vez sua cria, entendeu, no fundo do poço, o absoluto segredo. Agora podia atingir seu objetivo: tornar-se a imagem e semelhança de Monade. Abandonando Yaldabaoth, ascendeu no Espaço. Ela seria a estrutura do novo mundo: a carne, o sangue, a palavra e a pronúncia, o calor e o frio, a matéria e o espírito. Elevando-se do Abismo, Sophia contemplou Barbelo, sua filha-mãe, a parte feminina de Monade. Viu a sua luz brilhar no escuro absoluto enquanto se preparava para a transmutação. O mistério do infinito está na permuta de finitos signos, formando incontáveis conjuntos. Está na eterna repetição dos padrões, com pequenas alterações no som da fala, que encontra na palavra, sua realização. Sophia fez Yaldabaoth gritando de medo, em seu desespero por controle, surgir das águas do Caos, por meio da palavra e sua pronúncia. O verbo pode fazer carne, luz e sombra. Tudo o que Sophia precisa é revelar a substância de seu corpo, de seu ser, e com ele formar as peças para construir o plano material. Esse seria seu presente a seu filho Yaldabaoth. Letras e seus sons, para que o regente formasse o mundo. Cada signo combinado, quando chamado, trazia à luz um novo ser ou objeto da escuridão.
3.
Gematria II 10:29
GEMATRIA II Sophia se fragmentou e de seu corpo uma árvore cósmica nasceu. As raízes tocando o fundo do abismo e a copa o halo de luz de Barbelo. Cada parte tornou-se uma esfera, um número, uma potência, um agente, somando no total dez contagens, dez sephiroth. A copa da árvore derivou da cabeça de Sophia, formou o mundo do pensamento somando três esferas: Kether, a Coroa, foi a primeira sephirah, o ponto primordial e a altura imensurável de onde surgiu Chochmah, a Sabedoria, a segunda, potência masculina e sua contraparte feminina, o Entendimento, Binah, a terceira sephirah. Os galhos da árvore formaram o mundo da alma, originaram-se dos braços e peito de Sophia. Entre as três esferas estavam a quarta sephirah, Chesed, chamada Misericórdia ou a Grandeza, a quinta sephirah, Gewurah, a Justiça ou o Poder e da combinação de ambas Tiphereth, a Beleza, a sexta sephirah. O tronco da árvore formou o mundo da corporeidade, nasceu do ventre, das pernas e pés de Sophia. Formada por mais três agentes, a contar por Netzach, Triunfo ou Vitória, a sétima sephirah e as seguintes, Hod e Yesod, Glória e Fundamento, a oitava e a nona sephiroth. As raízes da árvore formaram a síntese dos mundos, derivou da sombra da silhueta de Sophia. A soma da atividade permanente e imanente de todas as outras sephiroth, o Mundo, Malkuth. Por fim, das veias e artérias de Sophia, surgiram as vinte e duas letras, os vinte e dois caminhos por onde pode-se subir e descer da Árvore da Vida.
4.
Pronoia 09:47
PRONOIA Nem viu a árvore cósmica dela nascer se estendendo das águas do caos até a bela morada de Barbelo. Sozinho na escuridão tinha medo, chorava de dor, de fome e de frio. Mal nasceu já temia deixar de existir. A infantil serpente leonina, porém, no fundo do desespero e da solidão, viu uma figura luminosa na praia das águas levantar, era uma mulher montada sobre uma besta púrpura com os seios à mostra, bebia de um cálice prateado, embriagava-se com a seiva da Árvore da Vida. Vestida de escarlate, usava ouro e joias. A besta tinha sete cabeças e dez chifres. Sobre seus chifres dez diademas e sobre os diademas, nomes misteriosos. Era semelhante a um leopardo, seus pés como de um urso, sua boca era como de um leão, mas a mulher escarlate, a este poderoso ser, pelo amor, tinha domado. "Chamai-me Pronoia, estou dentro de ti" Disse a mulher para Yaldabaoth. "Bebi dos segredos da luz e da sombra, os compreendo e sei a linguagem sagrada usar, Gematria é chamada e ela, a você, irei ensinar se me aceitar como sua sizígia, sua metade, sua parte feminina, sua grande rainha. "Você nasceu para comandar, Yaldabaoth, mas apenas sobre tudo o que criar. Será pai de todos os seres que desenhar e o dono da própria casa que edificar. Os seus filhos lhe chamarão deus, poderes absolutos sobre eles terá. Futuro patriarca, a ti chamarei Demiurgo".
5.
Goetia I 10:45
GOETIA I Yaldabaoth desposou a mulher escarlate e embriagaram-se com a seiva da Árvore da Vida. Ao pé de seu tronco, juntos adormeceram com sonhos lascivos de controle e poder. Assim as sephiroth caíram à terra, tomando forma de conchas vazias em uma quiral posição, fazendo dos galhos, raízes penetrando fundo na lama do caos. Para cada sephirah, colocado em uma ordem material, surgiu um anti-polo, assumindo um nome misterioso, governada por um demônio odiento e severo. Nasceu, dessa forma, a árvore inversa, a árvore desviante, a árvore opositora, a árvore satânica. Se a primeira dava a vida, a segunda levava à morte. A ordem ideal passou a ser alimentada pelo caos literal. No lugar da coroa, suprema Inteligência de Kether, surgiu a qliphah Thamiel, governada pela dupla cabeça Moloch-Satã, a Revolta e a Anarquia, a Guerra Perpétua; No lugar da Sabedoria de Chochmah, surgiu a qliphah Chaigidiel, governada pelo Senhor das Moscas Beelzebub, a Aparência Ilusória. No lugar do Entendimento de Binah, surgiu a qliphah Satariel, a Absurdidade e a Mistificação, governada por Lucifuge, a Ignorância. No lugar da Bondade divina de Chesed, surgiu a qliphah Gamchicoth, governada por Ashtaroth, a Rainha da Orgia sem Limites. Em lugar da Justiça de Gewurah, surgiu a qliphah Galab, governada pelo Senhor do Ódio Asmodeus. Em lugar do ideal de Beleza de Tipheret, surgiu a qliphah Tagaririm, governada pelo bestial demônio Belphegor, o Lorde da Fome Insaciável e da Preguiça Paralisante. No lugar da Vitória de Netzach, surgiu a qliphah Hareb-Serapel, governada por Baal, o Senhor dos Corvos da Morte e da Carnificina. No lugar da Ordem eterna de Hod, surgiu a qliphah Samael, onde vive Leviathan, o Mostro Marinho das Águas do Caos. No lugar do casamento celeste de Yesod, surgiu a qliphah Gamaliel, governada pela Rainha da Depravação Lilith, e rente à superfície, onde se definia a divisão entre céu e terra. Em convergência com a síntese da Árvore da Vida espelhada em Malkuth, surgiu a qliphah mais inferior, síntese de todo o mal e caos das outras, seu nome era Nahemo, governada pelo demônio Nahema. Nela surgiram emanações de seres amaldiçoados, aprisionando a luz em formas toscas feitas com a amaldiçoada lama do caos: os atacantes Amalequitas, os violentos Geburins, os covardes Refains, os depravados Nefilins e os anarquistas Anakins.
6.
Goetia II 08:01
GOETIA II Não serviam a deuses e nem a reis; Sem respeito ou deferência a crença alguma; Não dobravam os joelhos a nenhuma coroa; Fidelidade ou felonia não eram palavras empregadas; Faziam tudo o que queriam, pois essa era a única lei; A liberdade que colocava por terra toda a autoridade; Assim sempre foram os goécios desde o nascimento do qliphoth. Setenta e dois espíritos do caos e da desobediência; Criativos e irreverentes, trabalhadores fortes e fecundos; Em livre associação saíram da fresta em Malkuth e Nahemo; Originados daqueles que fizeram seus tronos sob cada qliphah; Personificações de suas forças e características principais; Com uivos de prazer, organizaram-se entre risos e insultos, Conferindo a si próprios títulos, nobreza em deboche à hierarquia. Baal, Agares, Vassago, Samigina, Marbas, Valefor e Amon; Barbatos, Paimon, Buer, Gusion, Sitri, Beleth e Leraire; Aligos, Zepar, Botis, Bathin, Saleos, Purson e Marax; Ipos, Aym, Neberius, Glasya-Labolas, Bune, Ronove e Berith; Astarte, Forneus, Foras, Asmoday, Gaap, Furtur e Machosias; Stolas, Phenex, Halphas, Malphas, Raum, Focalor e Vespar; Sabnock, Shax, Vine, Bifrons, Vual, Hagenti e Crocell; Furcas, Balam, Alloces, Camio, Murmur e Orobas; Gremory, Ose, Amy, Orias, Vapula, Zagan e Valac; Andras, Haures, Andrealphus, Cimejes e Amdusias; Beliel, Decarabia, Seere, Dantalion e Adromalius. Quando Yaldabaoth acordou de seu sono sob a Árvore Cósmica, deitado sobre a mulher escarlate, ainda deliciosamente embriagado, os Goécios já haviam moldado da lama do caos suas incontáveis legiões. "Quem lhes deu tal ordem?" - Trovejou Yaldabaoth. "Por acaso não sabem quem é o verdadeiro rei deste plano?" "Rei?", riram os goécios. "Não votamos em ti para tal honra. Nem deus, nem patrão!", gritaram enquanto lhe viravam as costas. "Leão desdentado, cobra murcha, volta para a racha de sua puta", assim os goécios cantavam, enquanto o mundo criavam, separando céus e terra. Yaldabaoth sentiu ódio pela primeira vez, jurando a estes demônios derrotar. Assim começou a luta entre liberdade criativa e autoridade opressora pelo controle da criação...

about

Episode II – O Mito das Duas Árvores

The first episode named “A Queda de Sophia” starts with a self-generated entity, Monade, that forms, in an indefinite period, a complex geometric plan of instances of oneself, the Pleroma – ideal, perfect and geometric world. The last emanation of Monade, Sophia, is a female entity taken by compulsive desire to create and carried by knowledge.

Decided to become the image and likeness of the first perpetual, let yourself be seduced by proposals of Ennoia, Monade’s female alter ego (Syzygy), which wants to use Sophia to separate from it. Sophia creates Barbelo that way, the first light to shine on void, accidentally giving rise to shadow. Losing control over cascades of dualities and contradictions formed by contrast between light and shadow, Sophia is compelled by Barbelo to enter on the deepest abyss of chaos that opens on itself, looking for Monade’s secret.

At the bottom of the well, dissolved by a violent storm on the revolted waters of disorder, Sophia screams out of hatred against the tradition of the Pleroma’s superior instances, that sends it to the purposeless destruction. And shouting, storm ends in calm.

credits

released February 1, 2019

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Yaldabaoth Assis, Brazil

XXIII.IV.IV - Lyrics and philosophy.
XII.XIX.XII - All instruments and vocals.

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