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G​ê​nesis Segundo a Go​é​tia

from Remphan by Yaldabaoth

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about

What if creation hadn’t come from divine will manifested by the verb of an almighty entity, but the creative and collective works of free association of demons? This is the fundamental inversion contained in “Gênesis Segundo A Goétia”, where the demons are not rebellious angels who fell in the deep of hell and enemies of life and men, but potencies who preceded the demiurge god himself in the creation of the world. For six days and night, nature and its species were brought to reality by the work of ambiguous character of the Daemons, whose morality and ethics are so inaccurate that escape the rigid Manichean schemes “good and bad” of the Christianity and other Abrahamic religions.

lyrics

Se o mundo é profano e o que torna sacro é dele se separar,
a natureza não é obra de Deus, mas das legiões de demônios.
Não por que seja imperfeita, sombria, cruel ou maligna,
mas por ser antes de tudo cooperação e trabalho coletivo.
Não foi uma só voz que gritou para o céu se separar da terra,
mas um coro festivo de vozes dissonantes ensaiando juntas.
A harmonia é apenas a ilusão de ver no caos algum sentido.

A Goétia pouco depois de surgir dedicou-se à criação por prazer
no fluída limiar que separava a Árvore da Vida e da Morte.
Indiferente a Yaldabaoth e seus protestos de que era rei daquele lugar.
Apenas diziam, “ninguém é de ninguém e façam o que quiseres”, essa é a lei.
Colocaram a mão na lama primordial e beberam a água fria do Abismo,
comeram os frutos da Sephiroth e as raízes da Qliphoth,
tomaram posse daquilo que lhes satisfazia o estômago e a fantasia.

Separaram o céu da terra porque acharam que assim ficaria melhor.
Colocando, não sem bagunça e briga, um firmamento entre eles:
Se a luz se acendeu foi porque ali na Goétia brilhava Sophia,
a Sabedoria tornava-se ação orientada para recriar infinitamente.
O propósito de Monade se realizava nos aeons mais materiais,
mas também a luz se apagava, marcando recesso da escuridão,
pois mesmo os demônios precisavam dormir e sonhar.

Cansados de estar sempre molhados, a Goétia criou os rios e mares.
Formando a terra seca para os sabás e orgias de amor coletivo.
Das sementes derramadas, as plantas e árvores nasceram
para marcar suas intermináveis festas e comemorações.
Uns fizeram a Lua para marcar o reino das trevas e o Sol o da luz.
Debochando uns dos outros, fizeram réplicas de seus desafetos:
as feras das águas, do ar e da terra que se sucediam na cadeia alimentar.

Mas a melhor ideia veio quando Yaldabaoth cobrou da criatividade coletiva
uma autorização para existir, que apenas a serpente leonina podia dar.
Primeiro a nascer, dizia-se senhor de tudo o que havia e não havia.
“Criador da Goétia, senhor das árvores da vida e da morte”,
porque uma voz havia dito isso para ele quando surgiu.
Não criava nada, nem se dava ao trabalho de fazer algo importante,
mas se apropriava mesmo assim, não por prazer, mas por inveja.

A Goétia decidiu em Yaldabaoth pregar uma peça para humildade ensinar.
Fazer uma criatura para dele zombar, à sua imagem e semelhança,
mas com melhor humor, aberto aos prazeres, criativo e livre.
Sua força seria a mesma da Goétia: formar legiões e o mundo mudar
conforme sua vontade e seu capricho, por meio do trabalho e do sexo.
Essa tarefa exigiria organização e divisão das atividades entre os demônios.
A maior de todas as obras foi planejada e desenhada num grande sabá.

credits

from Remphan, released February 1, 2020

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Yaldabaoth Assis, Brazil

XXIII.IV.IV - Lyrics and philosophy.
XII.XIX.XII - All instruments and vocals.

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